Sempre aprendi que Angola era um país grande e belo, com grande potencialidade de desenvolvimento em todos os sentidos.
Quando me refiro em todos os sentidos estou a falar desde extensão territorial, recursos minerais, bacia hidrográficas, flora, fauna e relevos, em termos de desenvoltura Angola apenas cresceu no ponto de vista de crescimento quantitativo, que é o vulgo PIB, e não no ponto de vista qualitativo me refiro ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Angola e seu crescimento
Tanto o PIB quanto o IDH, acabam sendo KPIs que ilustram de forma clara e real, quanto é que estamos na presença de um crescimento ou desenvolvimento.A verdade é que Angola já vivenciou uma dessas fases, conforme alguns dados apontam o período de abundância, que para muitos foi considerado a época de ouro, onde o petróleo foi comercializado a valores estratosféricos e onde tínhamos a oportunidade de industrializar o país, mas ficamos na ignorância de que time que esta ganhando não se mexe, você concorda com isso?Se bem me lembro parafraseando dizeres de um líder Angolano na época de glória em que mensuro “É mais fácil comprar que produzir” expressão que se popularizou bastante, da qual discordo completamente e categoricamente, porque no final das contas foi por pensamentos dessa magnitude, que acabamos nessa condição, de um país à margem de favores de outros países para o desenvolvimento e crescimento generalizado, esquecendo que o desenvolvimento dependerá apenas do nosso esforço.
Aprender para Empreender
Após mais ou menos 7 anos longe de Angola, várias questões foram martelando em minha cabeça, pois estive viajado a vários estados do Brasil e não conseguia falar o mesmo da minha pátria amada Angola. Foi aí que aproveitei para unir o útil ao agradável, onde o útil foi fazer uma turnê de lançamento do meu livro denominado “COMO APRENDER PARA EMPREENDER – Uma Visão Dualista”. Uma das obras mais vendidas na plataforma Amazon na categoria de administração e educação. Acreditem, me surpreendi pela positiva e pela negativa também.
Fiz a minha primeira turnê na parte Leste e sul de Angola e acreditem, amei a experiência e vi de perto a assimetria do país, até então eu pensava e tinha um certo preconceito, quando tomamos nossa decisão baseada no “ouvi dizer”. Foram apenas 5 províncias nomeadamente: Huambo, Bié, Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte.
A assimetria de Angola: conhecendo suas províncias
Se você lê apenas matérias de escritores internacionais com certeza que já leu em algum lugar que Luanda é uma das capitais mais caras do mundo, pois eu também acreditava nisso até ir para esses lugares.Vou destacar aqui 3 províncias que me chamaram atenção na zona leste de Angola, que compreende entre a Lunda sul e Norte e Moxico. Na minha opinião até ao preciso momento são das províncias mais caras desde a hospedagem nos hotéis até a cesta básica, tudo porque em primeiro lugar não temos estradas nacionais que ligam essa parte de forma fluída, o que no meu entender dificulta bastante no escoamento dos produtos e serviços, e por outra também foi o facto de nessa zona ter pouca produção interna e dependem maioritariamente das grandes cidades, sobre tudo Lunda que fica mais de 1000 km da cidade capital do país.
Concluindo
A verdade é que essa viagem me trouxe a luz da razão de que ainda temos muito por fazer e que o país não se resume apenas em Luanda. É de extrema necessidade pensarmos num modelo de gestão funcional para as nossas províncias. A semente foi lançada que é fomentar o empreendedorismo no país em geral.E seguimos fazendo nossa parte, documentando e contribuindo com o nosso saber.Se foi útil para você esse artigo partilha com um amigo interessado neste assunto!